O curso “história da arte como ação cultural” parece coincidir, em sua poética, com o modus operandi da criação artística. Um curso que se faz enquanto percurso a partir de uma provocação. Sem fins predeterminados, um articulador joga os dados e a partida é iniciada. O percurso só acontece se todos toparem jogar o jogo, e, enquanto se joga, o caminho se faz. Daí lembrei do seguinte trecho do Pareyson:
“O fato é que a arte não é somente executar, produzir, realizar, e o simples “fazer” não basta para definir sua essência. A arte é também invenção. Ela não é execução de qualquer coisa já ideada, realização de um projeto, produção segundo regras dadas ou predispostas. Ela é um tal fazer que, enquanto faz, inventa o por fazer e o modo de fazer. A arte é uma atividade na qual execução e invenção procedem pari passu, simultâneas e inseparáveis, na qual o incremento de realidade é constituição de um valor original. Nela concebe-se executando, projeta-se fazendo, encontra-se a regra operando, já que a obra existe só quando é acabada, nem é pensável projetá-la antes de fazê-la e, só escrevendo, ou pintando, ou cantando é que ela é encontrada e é concebida e é inventada”. (Luigi Pareyson, Os problemas da estética, p. 25 e 26)
Fábio Azevedo
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