terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Diário de Campo 18

gente arteira,
em meus estudos semióticos, tenho pensado em como abordar nossas trajetórias, nossos percursos, nossas ações a partir da teoria semiótica peirceana.

das leituras recentes, desloquei uma citação que, me parece, pode ser um ponto de partida para essa discussão.

nesse caso, de forma simples,
nosso OBJETO DINÂMICO é a cidade, é Fortaleza, em si.
e cada ação e seus registros (vídeos, áudios, fotografias, anotações, etc) são OBJETOS IMEDIATOS, SIGNOS, da cidades.


Do livro Semiótica Aplicada (2002), de Lúcia Santaella:

"Dependendo do fundamento, ou seja, da propriedade do signo que está sendo considerada, será diferente a maneira como ele pode representar seu objeto. Como são três os tipos de propriedades - qualidade, existente ou lei -, são também três os tipos de relação que o signo pode ter com o objeto a que se aplica ou que denota.

Se o fundamento
é um quali-signo [qualidade], na sua relação com o objeto, o SIGNO será um ÍCONE;
se for um existente, na sua relação com o objeto, o SIGNO será um ÍNDICE;
se for uma lei, o SIGNO será um SÍMBOLO.

Há uma distinção que Peirce estabeleceu para o objeto que pode nos ajudar a compreender melhor as relações do fundamento do signo com seu respectivo objeto.

Essa distinção é a do OBJETO DINÂMICO e do OBJETO IMEDIATO.

Quando olhamos para uma fotografia, lá se apresenta uma imagem.
Essa imagem é o signo
e o objeto dinâmico é aquilo que a foto capturou no ato da tomada a que a imagem na foto corresponde.

O modo como o signo
representa,
indica,
se assemelha,
sugere,
evoca
aquilo a que se refre é o objeto imediato.
Ele se chama imediato porque só temos acesso ao objeto dinâmico através do objeto imediato, pois, na sua função mediadora, é sempre o signo que nos coloca em contato com tudo aquilo que costumamos chamar de realidade."

OBS.: os grifos são meus.

9.12.8.
Rodolfo Silva

Nenhum comentário: